Grécia: Greve geral tem forte adesão


Milhões de gregos participaram de uma greve nacional de 24 horas no dia 2 de abril, reagindo às tentativas do governo de descarregar o peso da crise sobre os trabalhadores. O Partido Comunista da Grécia e militantes sindicais realizaram uma passeata pelo centro de Atenas, com a palavra de ordem: “Sem acordo. O capitalismo deve pagar pela crise."

A greve, convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE) e a Confederação dos Servidores Públicos, que representam cerca de metade dos cinco milhões de trabalhadores do país, paralisou todos os ministérios, repartições e escolas públicas, enquanto nos hospitais funcionaram apenas os serviços de emergência.

Esta é a segunda greve geral contra o governo conservador desde que a polícia matou um adolescente a tiros, em dezembro passado, provocando uma das maiores revoltas populares das últimas décadas.

Os controladores de tráfico aéreo interromperam o trabalho por quatro horas durante a tarde, suspendendo todos os vôos no país. A maior empresa aérea grega, Olympic Airways, informou o cancelamento de 140 vôos domésticos e internacionais. Os serviços nos portos, balsas e ferrovias também foram paralisados, assim como os transportes públicos de Atenas.

Os jornalistas também aderiram, impedindo que os noticiários fossem ao ar na televisão. Os jornais de sexta-feira, dia 3 de abril, também não circularam.

“Temos participação total”, declarou o porta-voz da GSEE Stathis Anestis. “Os trabalhadores querem que a política do governo mude. Aqueles que causaram a crise que paguem por ela, não os que trabalham”.

Anestis ressaltou que os trabalhadores “estão furiosos com a queda do nível de vida. Sentem-se inseguros, perguntando se ainda terão emprego”. “A responsabilidade do governo é imensa. Não apenas não está ajudando, como adotou medidas que arrocharão ainda mais a renda”.

O governo grego, que detém maioria no Parlamento por apenas uma cadeira, anunciou o congelamento dos salários dos servidores públicos e um imposto de parcela única sobre rendimentos superiores a 60.000 euros anuais, para sustentar seu orçamento.


Tradução: Dilair Aguiar


Fonte: Morning Star

http://www.morningstaronline.co.uk/index.php/news/world/greek_workers_strike_in_their_millions

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