Bulgária: Greve em siderúrgica pode se propagar pelo país


Os operários da usina siderúrgica de Kremikovtzi, que iniciaram dia 1º de abril uma greve contra o fechamento da fábrica e o não pagamento de seus salários, realizaram dia 10 de abril mais uma manifestação de protesto, em um movimento que poderá se propagar a toda a indústria siderúrgica do país, além de receber a adesão de outras categorias.
Os trabalhadores, que reivindicam o pagamento dos salários vencidos desde novembro passado e das indenizações de mais de dois mil operários demitidos da usina em junho de 2008, acusam o governo de negligência na busca de uma solução para a crise da fábrica, declarada insolvente no ano passado.
“Eles definitivamente nos subestimam porque somos muito calmos. Por meses os trabalhadores da Kremikovtzi demonstram que são pessoas afáveis e cidadãos deste Estado, mas quando o Estado se transforma em uma madrasta maligna, nós também mudaremos nosso comportamento”, advertiu Lyudmil Pavlov, dirigente sindical da usina.
A Confederação de Sindicatos Independentes da Bulgária e Confederação do Trabalho Podkrepa anunciaram que os protestos prosseguirão na próxima semana, estando programada para o dia 16 de abril uma reunião nacional para a proteção da usina.
Além de uma greve nacional dos trabalhadores siderúrgicos búlgaros, outras categorias, como professores e médicos, pretendem aderir ao movimento. Os operários também planejam realizar um acampamento no centro da capital búlgara, Sofia. O presidente de Confederação do Trabalho Podkrepa, Ludmil Pavlov, afirmou que os protestos serão “poderosos e vitoriosos”.
Os sindicalistas exigem ainda a renúncia do ministro da Economia, Petar Dimitrov, por sua incapacidade em solucionar os problemas financeiros da usina, antes responsável por 10% das exportações do país. Segundo eles, o governo não tem se empenhado em encontrar um investidor ou buscar uma solução alternativa. Entre os possíveis investidores, se incluiria a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) do Brasil, com a qual o governo vem mantendo conversações sobre um acordo para a venda de coque.
O ministro da Economia afirmou porém que “se as negociações com a CSN fracassarem, a opção é de que as operações siderúrgicas da usina sejam encerradas, mantendo-se as demais linhas de produção”. Já o diretor financeiro da CSN, Otavio Lassano, declarou que a companhia não está interessada: “não pretendemos comprar ativos no exterior, nomeadamente a usina siderúrgica búlgara de Kremikovtzi. É muito provável que, este ano, nós façamos qualquer aquisição”.

Tradução: Dilair Aguiar

Fonte: Sofia News Agency


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