EUA: Colocando os maus patrões no mapa - literalmente

Por Adam Kader

Os empregados em setores de baixos salários e pouca fiscalização, como restaurantes, pequenas construções, limpeza doméstica e oficinas mecânicas, são frequentemente as principais vítimas das crises econômicas, pois os patrões recorrem a todo tipo de trapaças a pretexto de cortar custos. Entre estas, se incluem violações das leis sanitárias e de segurança, várias formas de discriminação, retaliações, assédio sexual, demissões por atividade sindical e o escancarado roubo do dinheiro dos trabalhadores, através do não pagamento de horas extras ou indenizações.

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Para ajudar a combater esta onda de ilegalidade, o centro de trabalhadores Arise de Chicago criou um mapa dos patrões infratores, proporcionando uma poderosa ferramenta visual para a mobilização dos militantes sindicais e trabalhadores. A entidade dispôs de farto material para documentar a exploração dos assalariados, pois prestou assistência a mais de 2.050 trabalhadores nos últimos sete anos.

De acordo com as queixas apresentadas à Arise, nenhum dos empregados de restaurantes recebeu horas extras. Um trabalhador sofreu um sério ferimento nas costas em uma construção, mas seu empregador recusou-se a pagar a indenização prevista em lei. Um funcionário afro-americano de uma agência de serviço social -- financiada pelo governo – recebeu seus contracheques com entre uma a três semanas de atraso, durante dois anos. Os trabalhadores de uma fábrica de doces não eram autorizados a ir ao banheiro.

Um imigrante guatemalteco trabalhava das 7,00 horas da manhã até as 20,00 horas em um lava-rápido, seis dias por semana, ganhando US$ 5,25 por hora. Jamais recebeu os adicionais devidos. Se isso não bastasse, o empregador não fornecia as luvas necessárias para o serviço, e ainda descontava irregularmente os uniformes dos funcionários.

Auxiliado pelo Centro para o Desenvolvimento Econômico Urbano de Chicago, da Universidade de Illinois, a Arise realizou um levantamento por “ward” (uma espécie de distrito eleitoral). A pesquisa apontou estabelecimentos infratores em 43 dos 50 distritos da cidade, afetando trabalhadores residentes em 47 “wards”.

Os integrantes do centro pretendem se reunir com os vereadores dos respectivos distritos para discutir os abusos e buscar apoio a uma resposta mais firme ao maior problema dos empregados de baixa renda: o roubo dos salários.

Representantes de congregações religiosas de 43 distritos participarão das iniciativas. O bispo católico John Manz esteve presente em uma recente reunião com o vereador Danny Solis, do 25° “ward”, onde a Arise registrou mais de dez estabelecimentos infratores.

Solis se comprometeu a apresentar a questão perante a Comissão Hispânica do Conselho Municipal (Câmara de Vereadores), enquanto a vereadora Mary Ann Smith anunciou que planeja propor uma lei impedindo a concessão de licenças para que os maus empregadores abram outros negócios.

A Arise também iniciará uma série de reuniões para determinar a melhor abordagem para combater o roubo de salários em Chicago – que poderia incluir um decreto municipal igualando a outras formas de furto o não pagamento das remunerações devidas.

Adam Kader é diretor do Centro de Trabalhadores Arise de Chicago, que faz parte da rede Interconfessional de Justiça ao Trabalhador.

Tradução: Dilair Aguiar


          Arise (http://arisechicago.org/)

Um comentário:

Daniel Pearl Bezerra disse...

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