Grécia: Greve geral contra cortes no orçamento público

Agentes tributários e funcionários da alfândega gregos cruzaram os braços no dia 4 de fevereiro, dando início a uma onda de greves contra medidas de austeridade econômica anunciadas pelo governo. Servidores públicos, médicos e trabalhadores do setor privado também irão paralisar as atividades, culminando em uma greve geral ainda este mês.

Os funcionários da Receita realizaram uma greve de dois dias, precedendo paralisações dos funcionários públicos e médicos no dia 10 de fevereiro. A greve geral poderá ocorrer dia 24, se a proposta for aprovada pela principal entidade do setor privado do país, a Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia (GSEE), com cerca de 600 mil filiados.

Os sindicatos gregos se manifestaram totalmente contra o programa de austeridade para reduzir o déficit do orçamento público, de 17,7% no ano passado a menos de 3% em 2012. Os trabalhadores consideram o plano muito severo e temem que a situação se agrave ainda mais devido às especulações do mercado financeiro.

A Comissão Européia endossou o programa de redução do déficit grego no dia 3 de fevereiro, recomendando ao governo de Atenas que reduza os salários do funcionalismo e corte os gastos públicos.


Os membros da GSEE devem aprovar a data de 24 de fevereiro sugerida pelo líder da confederação, Yiannis Panagopoulos. “Lamento profundamente que o governo tenha se curvado aos desejos dos mercados”, afirmou o dirigente.

Os sindicatos do setor público, agrupados na ADEDY, convocaram uma greve nacional para 10 de fevereiro, em protesto contra o proposto congelamento de salários e contratações.

O governo conclamou os gregos a aceitarem as medidas, advertindo que o país não pode arcar com greves ou os recentes bloqueios de estradas organizados por agricultores, que reivindicam subsídios.

Em dezembro, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Atenas, para protestar contra os cortes orçamentários.

Tradução: Dilair Aguiar

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